Por que é importante implementar a governança de dados nas organizações? Para responder a essa questão, vamos fazer aqui um exercício de pensamento coletivo:
- Você sabe se os dados gerados pela sua organização são confiáveis?
- É possível afirmar que todas as informações que estão no seu sistema corporativo são 100% compatíveis com a realidade?
- O seu sistema de armazenamento de dados segue a Lei Geral de Proteção de Dados no Brasil?
Se você, em algum minuto, titubeou para responder a essas perguntas, provavelmente sua empresa está precisando de uma governança de dados. Mas como funciona esse gerenciamento de informações e como posso implementá-lo na sua empresa?
Continue aqui conosco nesse artigo e você descobrirá essas e outras informações para turbinar a maneira como sua empresa lida com os dados, bem como seguir as corretas regulamentações da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).
O que é a governança de dados
No dicionário tecnicista, a governança de dados é o processo de gerenciar a disponibilidade, a usabilidade, a integridade e a segurança dos dados em sistemas corporativos que respeitam padrões e políticas de dados internos.
Colocando isso de uma forma mais simples, são políticas e práticas que sua organização precisa seguir para atender as normas legais e técnicas vigentes fora e dentro da companhia.
Um programa de governança de dados corporativos normalmente inclui o desenvolvimento de definições de dados comuns e formatos de dados padrão que são aplicados em todos os sistemas de negócios, aumentando a consistência de dados para usos comerciais e de conformidade.
Por que investir no compliance de dados?
À medida que as organizações enfrentam novas regulamentações de privacidade de dados e dependem cada vez mais da análise deles para ajudar a otimizar as operações e impulsionar a tomada de decisões de negócios, é cada vez mais crítico o uso de mecanismos de compliance de dados.
Sem essa administração correta dos dados, não é possível afirmar que as informações da sua empresa sejam consistentes e confiáveis tampouco que não sejam usadas indevidamente.
Por exemplo, os nomes dos clientes podem ser listados de forma diferente nos sistemas de vendas, logística e atendimento ao cliente. Isso pode complicar os esforços de integração e integridade de dados que afetam a precisão dos relatórios de Business Intelligence (BI).
A má governança de dados também pode dificultar as iniciativas de conformidade regulatória. E isso vai doer no bolso das organizações. As penalidades da LGPD no Brasil vão desde advertências até multas de 50 milhões de reais.
Resumidamente, investir na governança de dados pode trazer os seguintes benefícios à empresa:
- Assegura decisões mais eficazes;
- Melhora a conformidade;
- Garante mais confiança de clientes e fornecedores;
- Gerencia riscos com mais facilidade
5 passos para implementar seu programa de governança de dados
Agora que você já sabe a importância da governança de dados, vamos colocar a mão na massa e seguir os próximos passos para implementar esse compliance de dados na sua organização. Confira e compartilhe essas dicas com sua equipe tech!
Escolha os responsáveis
Um programa de governança de dados bem projetado normalmente inclui uma equipe de governança, um comitê de direção que atua como órgão de governança e um grupo de administradores de dados.
Eles trabalham juntos para criar os padrões e políticas para controlar os dados, bem como os procedimentos de implementação e aplicação que são executados principalmente pelos administradores de dados. O ideal é que participem executivos e outros representantes das operações de negócios de uma organização, além das equipes de TI e gerenciamento de dados.
Organize os dados existentes
Para implementar uma estratégia de governança de dados, uma empresa precisa saber quais dados ela já possui. Como parte deste processo, a organização deve começar por:
Dados de inventário: crie um registro completo de recursos de informação com metadados relevantes
Classificação de dados: analise os dados estruturados e não estruturados para organizá-los por categorias relevantes
Curadoria de dados e conhecimento: organize e gerencie conjuntos de dados com gerenciamento ativo de metadados e catálogos de dados
Não existe um modelo de governança de dados de tamanho único. Historicamente, as empresas usavam estruturas passivas e orientadas para a conformidade. No entanto, para aproveitar toda essa oferta de análise, as empresas precisam de modelos modernos de governança de dados que:
- Responda a vários estilos e sensível a contextos;
- Incentive a inovação;
- Forneça uma estratégia flexível e dinâmica em toda a empresa e ecossistema
- Adote uma abordagem ativa para gerenciar riscos de forma proativa
- O modelo de governança também deve ser centralizado ou federado. E o modelo escolhido deve depender das necessidades da sua organização
Distribua as tarefas entre os agentes
Embora existam tecnologias que permitirão – ou facilitarão – seus esforços de governança de dados, a tecnologia sozinha não pode levar a um programa de governança de dados bem-sucedido. Pessoas e processos impulsionam seu sucesso.
Dito isso, as políticas de governança de dados só funcionam quando as pessoas as seguem. É por isso que as políticas são mais eficazes quando incorporadas às atividades, fluxos de trabalho e ferramentas usadas na rotina de trabalho das pessoas.
Para mitigar o risco regulatório de forma eficaz, as organizações devem considerar:
- Integração adequada de funcionários;
- Treinamento de funcionários sobre políticas e diretrizes de uso;
- Incentivar o compartilhamento de conhecimento entre os funcionários;
- Criar processos para solicitar e fazer alterações
Crie um roadmap
Preencha as etapas em um plano de implementação mapeando os marcos ao longo do caminho. Certifique-se de que os objetivos sejam S.M.A.R.T.: Específicos, Mensuráveis, Atingíveis, Relevantes e Baseados no Tempo. Deve ficar muito claro se um marco ou entrega foi alcançado.
Um roteiro de gerenciamento de dados deve ser construído e desenvolvido com duas entradas principais: áreas não desenvolvidas que precisam de melhorias, conforme definido pela avaliação de maturidade, e questões ou áreas identificadas pelo Comitê de Governança de Dados que precisam ser abordadas.
Acompanhe e faça ajustes
Depois de eleger os responsáveis, separar os dados, treinar as pessoas e fazer um roadmap dos pontos de ação e atenção na coleta, distribuição e armazenamentos de dados, é hora de monitorar o processo. Observar se há falhas nesses caminhos que precisam ser corrigidos ou otimizados.
Aqui vale a pena destacar que as políticas de governança de dados devem estar acessíveis a todos da organização. Se precisar, reúna-se com a equipe de Comunicação e Marketing da sua empresa para decidirem a melhor estratégia de divulgação e assimilação pelos colaboradores do que foi redigido no documento.
Acredita que o conteúdo vai te ajudar a implantar uma política de compliance de dados na empresa? Além dos dados, também é importante lidar com o capital humano de sua organização. Por isso, convidamos você a ler um artigo sobre bem-estar no trabalho?