Com a transformação digital em curso, as organizações enfrentam um desafio: como vencer as ameaças e as violações de segurança da informação. Por incrível que pareça, 77% das organizações operam com segurança cibernética e resiliência limitadas, segundo levantamento da consultoria EY. Neste cenário, a abordagem DevSecOps surge como uma mudança fundamental na segurança de software. Por quê?
Ao integrar perfeitamente práticas de segurança ao longo de todo o ciclo de vida de desenvolvimento de software, a metodologia DevSecOps oferece uma abordagem abrangente para fortalecer aplicações e sistemas. Este artigo investiga a importância de adotar o DevSecOps como uma prática recomendada e destaca seu impacto transformador na segurança de software. Confira!
O que é DevSecOps?
O DevSecOps é uma abordagem usada para descrever o processo de implementação de medidas automáticas de segurança em todas as fases do ciclo de desenvolvimento de software.
O termo é uma combinação de três conceitos principais: desenvolvimento (Dev), que diz respeito às práticas de desenvolvimento de software. Segurança (Sec), que se refere à incorporação de práticas de segurança em todas as etapas do ciclo de vida do desenvolvimento de software e operações (Ops) que faz alusão à implementação, entrega e manutenção do software em ambientes de produção.
Como podemos ver na figura abaixo, o DevSecOps visa integrar a segurança de forma contínua e transparente em todas as etapas do desenvolvimento e operações, promovendo uma abordagem mais proativa para a segurança. Isso contrasta com abordagens tradicionais onde a segurança é frequentemente tratada como uma fase separada, geralmente no final do ciclo de desenvolvimento.
Quais são os componentes do DevSecOps?
Ao incorporar processos e práticas de segurança no fluxo de trabalho diário dos desenvolvedores, o DevSecOps visa encontrar um equilíbrio entre agilidade e segurança. Mas quais são os componentes dessa abordagem para garantir essas entregas?
Embora as peças-chave possam variar dependendo da implementação e das necessidades da organização, aqui estão alguns elementos que são comumente associados ao DevSecOps:
Treinamento e conscientização sobre segurança
Cultive uma cultura preocupada com a segurança em suas equipes de desenvolvimento e operações. Forneça treinamento regular em segurança para garantir que os membros da equipe estejam cientes das práticas recomendadas, das ameaças emergentes e da importância da segurança no ciclo de vida do desenvolvimento. Uma equipe bem informada está mais bem equipada para contribuir para um processo DevSecOps seguro.
Automação
A automação pode ser o aspecto mais importante de um projeto DevSecOps bem-sucedido. Por quê? A ação permite que as medidas de segurança sejam integradas no processo de desenvolvimento, garantindo que a segurança não se torne um fardo, de última hora, para as equipes de desenvolvimento. E como é feita essa automação?
É possível incorporar testes e análises de segurança em pipelines de Integração Contínua e Entrega Contínua (CI/CD), oferecendo assim um software seguro sem retardar o desenvolvimento e a inovação.
Exame de código-fonte
O exame de código-fonte é fundamental em uma abordagem DevSecOps, isso porque ele pode identificar precocemente vulnerabilidades, além disso, a análise de código-fonte ajuda a garantir que o código esteja em conformidade com padrões de segurança e regulamentações específicas da indústria.
Ao incorporar o exame de código-fonte como uma prática contínua e automatizada, as organizações podem fortalecer suas defesas contra ameaças de segurança, promovendo uma abordagem proativa e integrada à segurança de software no contexto do DevSecOps.
Ciclo de testes
Historicamente, os testes de segurança são executados como a última etapa antes do lançamento do produto. Idealmente, os testes devem ocorrer durante todo o processo de desenvolvimento. É nessa mudança de chave que o DevSecOps atua.
Regimes de testes eficazes incluem uma combinação de testes de Análise Estática de Códigos (SAST), testes de Análise Dinâmica da Aplicação (DAST) e técnicas menos frequentes, mas igualmente essenciais, como testes de penetração, red teaming e modelagem de ameaças. Estas últimas abordagens podem ser valiosas, pois observam o código a partir da perspectiva de um hacker.
Monitoramento Contínuo e Inteligência de Ameaças
O monitoramento contínuo de aplicativos e infraestrutura é essencial para um pipeline de DevSecOps bem-sucedido. Implante tecnologias que forneçam informações em tempo real sobre o estado de segurança do seu ambiente. Além disso, use a inteligência contra ameaças para se manter atualizado sobre ameaças e vulnerabilidades emergentes, permitindo que você tome medidas proativas para reduzir riscos futuros.
Colaboração
A colaboração começa com a aceitação, por parte da liderança sênior, de uma mentalidade de responsabilidade compartilhada sobre segurança em toda a empresa. Promoção de uma cultura colaborativa entre equipes de desenvolvimento, operações e segurança para compartilhar conhecimentos e melhores práticas.
Vale destacar que o objetivo da colaboração é desenvolver e lançar o produto da mais alta qualidade o mais rápido possível, ao mesmo tempo em que cumpre todas as regulamentações regulatórias e de segurança.
Boas práticas de DevSecOps
Como vimos ao longo do artigo, a implementação eficaz do DevSecOps requer uma abordagem holística, abrangendo aspectos técnicos, processuais e culturais. É fundamental integrar a segurança desde o início do desenvolvimento até a produção, promovendo uma mentalidade de segurança em toda a organização. Como? Vejamos a seguir algumas boas práticas dessa abordagem:
Siga um passo de cada vez
Como abordagem emergente, o DevSecOps pode ser novo para muitas equipes e profissionais. Portanto, é uma prática recomendada que as equipes considerem isso e introduzam uma ou duas verificações de segurança por vez, para que os desenvolvedores possam se ajustar às novas práticas de segurança em seus fluxos de trabalho.
Encontre as ferramentas certas
O DevSecOps depende muito de ferramentas para automação, integração e implementação, mas nem todas as ferramentas serão suficientes. As ferramentas de segurança precisam ser integradas perfeitamente ao pipeline de desenvolvimento e facilitar a colaboração entre equipes, e não trabalhar em tarefas paralelas.
Automatize com inteligência
Embora seja uma prática recomendada automatizar o máximo possível da jornada de desenvolvimento do software, é crucial ser estratégico em relação à automação. Como assim? Executar verificações automatizadas de todo o código-fonte de um aplicativo todos os dias é contraproducente porque levará muito tempo e interferirá em outros processos necessários, como atualizações.
Fomente a cultura de segurança
Fomente uma cultura organizacional que valorize a segurança, promovendo a conscientização e responsabilidade de todos os membros da equipe em relação à segurança do software.
Documente todo o seu processo
Mantenha documentação clara sobre práticas de segurança, políticas e procedimentos. Realize ainda auditorias periódicas para garantir a conformidade e a eficácia das práticas de segurança.
Conduza modelagem de ameaças
A modelagem de ameaças é uma prática recomendada porque exige que a equipe de DevSecOps considere o software a partir da perspectiva de um invasor hipotético. A modelagem de ameaças ajuda as equipes a cumprir os requisitos regulatórios e de conformidade e a se adaptar a um cenário de ameaças em rápida mudança. É importante observar que a modelagem de ameaças não é uma atividade única. Ele deve ser atualizado e refinado para ficar atento aos riscos potenciais.
Também recomendamos as seguintes práticas gerais:
- Escolha um registro que ofereça controle de acesso avançado e verificação de vulnerabilidades integrada.
- Use conteúdo confiável. Para começar, use imagens de base resilientes e minimalistas para construir seus contêineres.
- A segurança da sua infraestrutura de construção de integração contínua (CI) é tão importante quanto o seu ambiente de produção. Implemente segurança como código usando CI/CD. Limite o acesso administrativo e permita apenas a entrada necessária na rede.
Ao adotar essas boas práticas, as organizações podem construir uma abordagem DevSecOps mais robusta, incorporando a segurança desde o início do ciclo de vida do desenvolvimento de software até a produção, resultando em aplicações mais seguras e resistentes a ameaças
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