Aprenda a usar a matriz RICE em seu roadmap

A matriz RICE é um framework útil para ajudar as equipes de produto e gerentes a priorizar projetos e recursos em um roadmap. Ela permite que você avalie cada projeto em termos de seu potencial de impacto, alcance, confiança e esforço, para que possa identificar quais projetos devem ser priorizados em primeiro lugar.

A importância de saber priorizar é fundamental em qualquer empresa, especialmente naquelas que possuem recursos limitados. Se uma equipe não priorizar adequadamente seus projetos e recursos, ela pode acabar gastando tempo e dinheiro em projetos que não trarão benefícios significativos à empresa. 

Por outro lado, se a equipe priorizar bem, pode se concentrar em projetos que geram resultados significativos e impactantes para a organização.

Ao usar a matriz RICE, é possível identificar quais tarefas ou ações devem ser priorizadas a partir da pontuação que receberem (veremos a fórmula para calcular mais abaixo), o que ajuda a garantir que os recursos da empresa estejam sendo direcionados para as iniciativas mais valiosas. 

A ferramenta também ajuda a equipe a avaliar e comparar projetos com base em vários critérios importantes, o que pode levar a uma discussão mais informada e uma tomada de decisão mais bem embasada.

Ficou curioso para saber mais sobre a matriz RICE? Então, este artigo é para você. Nele vamos abordar todos os aspectos da ferramenta. Acompanhe! 

Os 4 fatores de priorização do RICE

A matriz RICE leva em consideração quatro critérios importantes:

  • Reach (Alcance);
  • Impact (Impacto);
  • Confidence (Confiança);
  • Effort (Esforço).

Alcance (Reach)

Refere-se ao tamanho do público que será afetado pelo projeto em um determinado intervalo de tempo. É importante avaliar se o projeto terá um alcance amplo ou limitado, pois isso ajudará a entender melhor seu potencial de impacto.

Imagine, por exemplo, que em sua ação ou projeto existam 7.000 usuários ativos mensais e que a expectativa é atingir metade deles ao longo de um mês. O resultado será de 3.500 pessoas impactadas. Se o projeto levar dois meses, serão 7.000.

Em alguns casos, o público não são usuários, mas número de transações, como vendas, realizados pelos clientes.

 

Impacto (Impact)

Refere-se à magnitude do impacto que o projeto terá em um indivíduo. É importante avaliar se o projeto terá um impacto significativo ou não, pois isso ajudará a determinar sua importância. A metodologia RICE utiliza uma escala de múltipla escolha:

  • 3 impacto massivo;
  • 2 alto;
  • 1 médio;
  • 0,5 baixo;
  • 0,25 mínimo.

O impacto também pode ser aplicado a uma meta ou objetivo da organização, como vendas, por exemplo. Qual será o impacto de uma determinada iniciativa nesse indicador?

Confiança (Confidence)

Trata-se do grau de confiança que a equipe tem de que o projeto terá sucesso. Isso inclui fatores como disponibilidade de recursos, viabilidade técnica, prazos e outros riscos associados ao projeto. [

Ou seja, estimar o grau de confiança a partir de uma base de dados. Da mesma forma que no Impacto, a metodologia traz uma escala de múltipla escolha, dessa vez em porcentual.

  • 0% a 50% – baixo;
  • 51% a 80% – médio;
  • 81% a 100% – sentimento de alta confiança.

Alguns especialistas sugerem, antes de calcular o nível de confiança, que sejam feitas três perguntas:

  1. Existem métricas para respaldar a pesquisa de alcance e impacto?
  2. É possível rastreá-los continuamente para medir evoluções?
  3. Como o índice da confiança é uma porcentagem, ela essencialmente prejudica pontuações de confiança baixas.

Esforço (Effort)

Refere-se ao tempo e pessoas necessárias para concluir o projeto. É importante avaliar se o projeto exigirá um esforço significativo ou se será relativamente fácil de executar. Alguns especialistas também mencionam outros recursos, como os financeiros. No entanto, em geral, é um número que representa “homem/mês”.

Agora, basta usar essas informações para calcular a pontuação RICE de cada projeto com a fórmula:

RICE = Alcance x Impacto x Confiança / Esforço

Vale lembrar que no caso da Confiança é preciso usar o percentual em forma de números decimais. Ou seja: 50% igual a 0,5.

Após o cálculo, priorize os projetos de acordo com suas pontuações RICE mais altas. Mas lembre-se que não existem resultados certos ou errados, bons ou ruins. Da mesma maneira que esses resultados não funcionam como uma camisa de força. Ou seja, não excluem a possibilidade que um segundo projeto da lista deva ser o primeiro a ser realizado por uma razão externa.

Para usar a matriz RICE em seu roadmap, você precisa seguir estes passos:

  • Liste todos os projetos em seu roadmap;
  • Para cada projeto, determine o Alcance – ou seja, quantas pessoas serão afetadas diretamente pelo projeto;
  • Em seguida, determine o Impacto – ou seja, qual é o impacto que o projeto terá em seu objetivo geral;
  • Avalie a Confiança – ou seja, qual é a probabilidade de que o projeto atinja seus objetivos;
  • Por fim, avalie o Esforço – ou seja, quantos recursos serão necessários para concluir o projeto.

Teste de usabilidade: o que é, tipos de teste e como fazer?

O teste de usabilidade é uma técnica de pesquisa que permite avaliar o quão fácil e eficiente é para os usuários utilizar um produto ou serviço. O objetivo é identificar problemas de usabilidade e entender a experiência do usuário ao interagir com o produto ou serviço.

Existem vários modelos de teste de usabilidade que podem ser realizados, como:

Teste exploratório

Esse tipo de teste é mais informal e não segue um roteiro estruturado. Em vez disso, o usuário é encorajado a explorar o produto ou sistema e a realizar tarefas que sejam relevantes para suas necessidades. 

O objetivo é avaliar a usabilidade do produto e identificar problemas de forma mais livre e espontânea. Esse tipo de teste pode ser aplicado em estágios iniciais de desenvolvimento de um produto ou quando se deseja explorar a experiência do usuário com mais profundidade.

Teste de avaliação

Esse tipo de teste é mais estruturado e segue um roteiro pré-definido. O objetivo é avaliar o desempenho do usuário em tarefas específicas e medir a eficácia, eficiência e satisfação do usuário ao utilizar o produto ou sistema. 

Esse tipo de teste é mais útil em estágios posteriores do desenvolvimento do produto, quando já se tem um protótipo ou versão mais completa do sistema para ser testada. É comum utilizar esse tipo de teste para avaliar o desempenho do usuário em tarefas críticas ou para comparar a eficácia de diferentes designs ou soluções.

Eye-tracking

O teste de usabilidade com eye-tracking é uma técnica que utiliza equipamentos para medir o movimento ocular do usuário enquanto este navega em um produto ou sistema. Essa técnica permite que os designers identifiquem as áreas de maior interesse ou atenção do usuário, e como os olhos se movem pela interface. 

Essa informação pode ser usada para melhorar a experiência do usuário, a usabilidade e a legibilidade da interface. Esse tipo de teste é especialmente útil para avaliar o design de páginas da web, aplicativos móveis e interfaces de dispositivos que utilizam displays.

Identificação de problemas

Esse tipo de teste de usabilidade é realizado para identificar problemas específicos que os usuários encontram ao utilizar o produto ou sistema. O objetivo é identificar os pontos fracos na interface ou no processo e sugerir melhorias para torná-lo mais fácil de usar e compreender. 

Os resultados desse teste podem ser usados para identificar problemas comuns, propor soluções e priorizar as melhorias que precisam ser realizadas.

Benchmark

O teste de usabilidade benchmark é uma técnica que envolve comparar um produto ou sistema com outros similares no mercado. O objetivo é avaliar como o produto se compara com a concorrência em termos de usabilidade, eficácia e eficiência. 

O teste de benchmark pode ser realizado em diferentes fases do ciclo de vida do produto, desde o planejamento até o lançamento.

Competitivo

O teste de usabilidade competitivo envolve testar um produto ou sistema com seus concorrentes diretos. Esse tipo de teste é especialmente útil para identificar como o produto se compara com seus concorrentes em termos de usabilidade e experiência do usuário. 

O objetivo é avaliar a eficácia, eficiência e satisfação do usuário ao utilizar o produto em comparação com os concorrentes. A principal vantagem do teste competitivo é a possibilidade de identificar pontos fortes e fracos do produto em relação aos concorrentes diretos, permitindo que os designers possam fazer melhorias específicas para se destacar no mercado.

Teste de aprendizado

O teste de aprendizado é uma técnica utilizada para avaliar a facilidade com que os usuários são capazes de aprender a utilizar um produto ou sistema. O objetivo é medir a eficiência e eficácia do processo de aprendizado dos usuários, identificando as dificuldades encontradas pelos usuários durante o processo. 

Esse tipo de teste é especialmente útil para produtos ou sistemas que possuem uma curva de aprendizado mais acentuada, como software de edição de imagens ou ferramentas de programação.

Moderado e não moderado

O teste de usabilidade moderado é conduzido por um moderador (um product designer, por exemplo) que acompanha o usuário durante o teste, fazendo perguntas e coletando informações relevantes sobre a experiência do usuário. O objetivo é coletar informações detalhadas sobre as dificuldades encontradas pelo usuário durante a utilização do produto ou sistema. 

Já o teste de usabilidade não moderado é conduzido sem a presença de um moderador, em um ambiente mais natural. Esse tipo de teste é especialmente útil para avaliar a usabilidade do produto em situações mais próximas do ambiente real de uso, uma vez que os usuários são menos monitorados e têm mais liberdade para explorar o produto.

Teste de usabilidade in-person ou in-house

É um modelo de teste de usabilidade onde o usuário é testado em um ambiente físico, como um laboratório ou escritório, com a presença de um moderador que acompanha o teste. Esse modelo é geralmente realizado em estágios iniciais do desenvolvimento do produto ou sistema, para avaliar a usabilidade do protótipo ou versão inicial do produto.

Como se preparar para realizar o teste de usabilidade?

 Antes de realizar um teste de usabilidade, é importante se preparar adequadamente para garantir que os resultados do teste sejam precisos e confiáveis. Aqui estão algumas etapas importantes para se preparar para um teste de usabilidade:

  • Defina seu objetivo;
  • Crie roteiros; 
  • Defina as métricas e público; 
  • Crie hipóteses;

Defina objetivos

Antes de começar a preparar o teste, é importante definir claramente os objetivos que você deseja alcançar. Você pode começar por perguntar: Quais problemas quero identificar? Que aspectos da experiência do usuário quero avaliar? Os objetivos devem ser específicos, mensuráveis e relevantes para o sucesso do projeto.

Crie roteiros

Um roteiro é um conjunto de tarefas e perguntas que serão realizadas durante o teste de usabilidade. Ele deve incluir tarefas que sejam relevantes para o objetivo do teste e reflitam as atividades que os usuários realizariam no mundo real. Além disso, o roteiro deve incluir perguntas que ajudem a compreender a experiência do usuário e coletar feedback.

Defina métricas

As métricas ajudam a medir o sucesso do teste de usabilidade e identificar oportunidades de melhoria. Algumas métricas comuns incluem o tempo necessário para realizar as tarefas, a taxa de conclusão das tarefas, a taxa de erro e a satisfação do usuário. E por falar em usuário, defina qual perfil de usuário é importante para você ouvir. Pense nas personas que foram criadas, por exemplo.

Crie hipóteses

As hipóteses são afirmações que você faz sobre o que espera encontrar durante o teste de usabilidade. Essas afirmações podem ser usadas para orientar as tarefas e perguntas incluídas no roteiro do teste.   

Interação dos usuários: coloque em prática 

Atentar-se ao comportamento dos usuários e deixá-los à vontade é um passo crucial para a realização de um teste de usabilidade eficiente. Durante a realização do teste, é importante observar como os usuários interagem com o produto ou serviço e como eles realizam as tarefas propostas. 

Vale lembrar que o objetivo principal do teste é entender como os usuários realmente utilizam o produto e, para isso, é necessário que eles estejam confortáveis e à vontade para realizar as tarefas.

Algumas dicas para atingir esse objetivo incluem:

Estabeleça uma relação de confiança

É importante criar um ambiente acolhedor e de confiança para o usuário, explicando o objetivo do teste e enfatizando que não há respostas certas ou erradas. O usuário precisa sentir e saber que não é ele quem está sendo avaliado, mas sim ajudando a melhorar o produto.

Não influencie as respostas dos usuários

Durante o teste, é importante não influenciar as respostas dos usuários, nem sugerir como eles devem realizar as tarefas. É preciso permitir que o usuário realize as tarefas da maneira que ele considerar mais adequada.

Esteja atento às emoções e expressões dos usuários

Muitas vezes, as emoções e expressões dos usuários podem revelar informações valiosas sobre a usabilidade do produto. Por isso, é importante estar atento a esses aspectos e, se possível, gravar o teste para análise posterior.

Não interrompa o usuário durante a realização das tarefas

É importante permitir que o usuário realize as tarefas sem interrupções. Se houver alguma dúvida ou problema, é possível anotar para discutir posteriormente.

Encoraje o usuário a pensar em voz alta

É importante encorajar o usuário a pensar em voz alta durante o teste, expressando suas dúvidas, opiniões e emoções. Isso pode fornecer informações valiosas sobre o processo de pensamento do usuário durante a interação com o produto.

Busque tendências e padrões e olhe muito bem para as métricas

Ao buscar tendências e padrões durante um teste de usabilidade, é possível identificar problemas comuns que os usuários estão enfrentando e entender melhor as razões que existem por trás desses problemas. Essas informações ajudam a equipe a identificar oportunidades de melhoria e como desenvolver soluções mais eficazes para resolver os problemas encontrados.

Ao analisar as métricas, é importante não apenas olhar para os números, mas também entender o que eles significam. Por exemplo, uma taxa de conclusão de tarefa baixa pode indicar que há um problema com a usabilidade do produto, mas pode ser difícil entender a causa raiz do problema sem mais análise.

Para evitar erros comuns ao buscar tendências e analisar métricas, é importante que a equipe de teste de usabilidade tenha uma compreensão clara das métricas que estão sendo coletadas e como elas serão usadas para avaliar a usabilidade do produto ou site.

É importante não apenas olhar para os resultados de um único teste, mas também comparar resultados entre diferentes testes e usuários. Isso pode ajudar a identificar padrões e tendências ao longo do tempo.

Trace um plano de melhorias

Após coletar e analisar os dados obtidos, é importante traçar um plano de melhorias para solucionar os problemas encontrados e melhorar a experiência do usuário. Para isso, é necessário priorizar os problemas encontrados de acordo com sua gravidade e impacto na experiência do usuário.

Um erro comum nesse passo é não priorizar corretamente os problemas encontrados e focar em solucionar aqueles que são mais fáceis de resolver ou que foram apontados por uma minoria de usuários.

Documente tudo

Como toda boa equipe de produto sabe e faz, os resultados e relatórios dos testes devem ser documentados para consultas futuras e para registrar as ações que foram realizadas.

O método RICE pode ser usado para priorizar as melhorias que devem ser feitas a partir dos resultados dos testes de usabilidade. Os resultados do teste de usabilidade podem ser usados para determinar o impacto e a confiança da mudança proposta e o esforço necessário para implementar as melhorias pode ser avaliado.

Em seguida, a pontuação RICE pode ser calculada para cada mudança proposta e aquelas com as pontuações mais altas podem ser priorizadas para implementação.

Dessa forma, a ferramenta pode ser usada para ajudar a equipe a tomar melhores decisões sobre quais melhorias devem ser implementadas primeiro com base em sua efetividade e esforço necessário.

Você que adora ficar antenado às tendências do mercado business tech, não deixe de ler o nosso artigo sobre melhores práticas de Product Management.