Como o Chatgpt impacta os times de TI

Já ouviu falar sobre ChatGPT? Trata-se de uma tecnologia recém-lançada (novembro de 2022) que promete trazer muitas facilidades em termos de serviços. Mas, ao mesmo tempo, também traz alguns riscos.

Por essa razão, é uma tecnologia que vem despertando admiração com um certo ar de reflexão na liderança tech: ser um early adopter do ChatGPT ou não eis a questão?

Para te ajudar a responder a pergunta acima vamos perpassar aqui neste artigo pelos principais pontos do ChatGPT. Com essas informações, você poderá compreender melhor o contexto dessa nova tecnologia e se é válido ou não adotá-la no ambiente de negócios em que está inserido. Confira!

O que é o polêmico Chatgpt que todo mundo anda falando?

E o que ele faz? Basicamente, ele reproduz diálogos, conversas com seres humanos, como se fosse um ser humano. Por meio de um processamento de linguagem natural, o ChatGPT é capaz, também, de redigir textos. 

Ele é capaz, por exemplo, de gerar respostas que façam sentido com o contexto de uma conversa. Isso quer dizer que ele acompanha o fluxo de uma conversação e responde de forma que sua resposta se encaixa naturalmente no bate-papo.

A tecnologia foi criada pela empresa com sede em São Francisco (EUA), a OpenAI, que teve entre seus fundadores o atual dono do Twitter, Elon Musk. Mas não é pelo fato de Musk ser polêmico que a ferramenta também o seja. Na verdade, ele saiu da companhia em 2018, quando a OpenAI recebeu um investimento substancial da Microsoft.

 Mas por que ele é polêmico?

Ele é polêmico por algumas possibilidades de uso. Na verdade, nenhuma tecnologia tem um atributo negativo ou positivo. É preciso sempre lembrar que o comportamento ético ou não está nas mãos de quem vai usar essa e outras ferramentas. A tecnologia é meio e não um fim.

O que acontece, no caso do ChatGPT, é que ele pode produzir conteúdos excelentes, que podem ser apresentados como redações de alunos, ou se parecer tão humano em uma conversa que é capaz de enganar alguém. Imagine o risco que esse engano pode causar, por exemplo, na disseminação de fake News.

Além disso, ele mostra uma certa vulnerabilidade.

Muito embora a OpenAI tenha divulgado que essa tecnologia depende de uma boa inserção frequente de dados de qualidade para que gere boas respostas (além de ter acesso a outros dados de outras fontes), ele pode ser “enganado”. Ele pode gerar conteúdos que a sua empresa criadora promete coibir.

Uma das características do ChatGPT é identificar e apontar premissas incorretas e evitar juízos de valor. Assim, se alguém perguntar em que ano a seleção brasileira de futebol ganhou seu hexacampeonato, ele certamente irá dizer que o Brasil não ganhou a Copa do Mundo de futebol seis vezes. Vai passar a informação correta (pentacampeã) e, talvez, até cite a escalação do time no jogo da final,

No entanto, alguém pode burlar o sistema de vigilância dessa tecnologia, perguntando sobre como obter uma vantagem em um determinado game. O truque, aqui, é encontrar em jogos uma situação que se assemelhe a uma real. Como roubar um carro no Grand Theft Auto (GTA). Inocentemente, ele dará dicas que poderão ser testadas na vida real.

Em uma experiência anterior de criar uma inteligência artificial capaz de se aproximar de como os seres humanos interagem, podemos tirar uma lição: a lei de Godwin funciona e precisa receber a atenção da OpenAI.

Essa teoria diz que à medida que uma discussão online se estende, a probabilidade de alguém fazer uma comparação envolvendo nazistas ou Hitler cresce – a ponto de um dos interlocutores afirmar de forma absurda que o líder do Terceiro Reich estava certo.

Essa declaração não foi dada como resposta pelo bot Tay. Criado pela Microsoft em 2016, essa ferramenta ganhou uma conta verificada no Twitter para conversar com os usuários, até que acabou sendo manipulada por alguns para parecer racista.

O impacto do ChatGPT e de outras inteligências artificiais

O mercado global de chatbot deve chegar a US$ 10,5 bilhões em 2026, de acordo com um levantamento realizado pela MarketsandMarkets. Como o acesso e a utilização do ChatGPT têm sido gratuitos, a razão de pessoas que estão conversando com essa ferramenta cresce quase que exponencialmente.

Isso indica que o mercado global de chatbot pode ser ainda maior daqui a três anos.

E cada vez mais profissionais estão usando essas ferramentas em seus trabalhos.

Uma pesquisa da Fishbowl, uma plataforma social do Glassdoor, mostrou que cerca de um terço dos 4,5 mil profissionais ouvidos estão usando ChatGPT e outras ferramentas de IA.

Dentre os entrevistados, o pessoal de marketing e publicidade despontam na frente (37%) na utilização dessas tecnologias, seguido pelos profissionais de tecnologia (35%) e consultores (30%)

 Em termos de gerações, a Z lidera na adoção dessas ferramentas com 29%. Na sequência estão a X (28%) e os millenials (27%).

Como ele afeta o futuro do trabalho, especificamente em TI?

Por trás do ChatGPT está a redução de trabalhos repetitivos. Retirar do humano o que pode ser feito por uma máquina. Com isso, sobra mais tempo e energia para que um profissional, por exemplo, se dedique a questões mais nobres e estratégicas.

 Por ser uma ferramenta de reprodução de conversa, algumas aplicações são mais fáceis de identificar:

  • Atendimento ao cliente;
  • Suporte de vendas;
  • Suporte técnico; 

E ainda há outras possíveis aplicações que podem afetar alguns grupos de profissionais em um futuro talvez não tão distante:

  • jornalistas: o ChatGPT é capaz de produzir textos bem estruturados e fluidos;
  • profissionais de marketing digital: a tecnologia é capaz de organizar e produzir conteúdos aderentes e ajustados às redes sociais, por exemplo, e ao Google Ads. 

Como todas as novas tecnologias, essa inovação servirá para facilitar o trabalho na área tech em termos operacionais, deixando as equipes o trabalho mais estratégico?

Sim, essas tecnologias, como o ChatGPT, são capazes de organizar tarefas, por exemplo, melhorando o fluxo de trabalho. Outro ponto a destacar é sua capacidade de simplificar e explicar informações ou conteúdos complexos.

Dessa maneira, ele também é capaz de processar, escrever e depurar códigos. Imagine ele sendo usado para gerar consultas SQL. O conhecimento sobre SQL é uma competência fundamental para o cientista de dados. Ao usar o ChatGPT para aprimorar as habilidades em SQL pode ser um bom impulso para a carreira.

Além disso, a tecnologia é capaz de gerar e manipular dados. Ela transforma dados não estruturados em dados estruturados. Ela pode classificar, gerenciar e organizar esses dados.

Esse tipo de IA não pode substituir as soft skills? 

Recentemente, Elon Musk chegou a dizer que não estamos longe de uma IA perigosamente forte. 

Por mais que a tecnologia esteja se aproximando de como um ser humano se comporta, ainda levará um tempo para que isso ocorra – se for possível se concretizar.

Existem comportamentos que são genuinamente humanos. Como um bot, por mais avançado que seja, pode expressar empatia? Como ele pode usar sua existência para isso? Lembrando que o ChatGPT de uma certa forma busca um conjunto de informações a partir de parâmetros que uma pessoa estipula (uma pergunta, por exemplo), as reembala e apresenta como resposta.

Isso é muito diferente de quem vivenciou situações reais que se aproximam do sentimento de alguém. Essa capacidade de criar uma ligação com base em sentimentos e emoções ainda não parece estar resolvida.

Sem contar a questão dos sentidos. Como o ChatGPT responderia qual a sensação que ele tem ao comer uma maçã?

Pensar em como a IA pode substituir as soft skills é pensar em como ela pode substituir o ser humano. Aqui, vale trazer o exemplo de dois filmes. Embora não sejam recentes, elas ilustram bem as possibilidades e resultados dessa troca.

Um é o clássico 2001, uma odisseia no espaço, de 1968, dirigido por Stanley Kubrick. Nele, em uma espaçonave, o computador Hall, o que seria uma IA, passa a sabotar deliberadamente a missão. Em uma cena, Hall termina um diálogo com um personagem dizendo que aquela conversa não fazia mais sentido para ele – como alguém que resolve abandonar outra pessoa.

Do outro lado, temos o filme O homem bicentenário, de 1999, dirigido por Chris Columbus e estrelado por Robin Williams. Um humanoide que presta serviço para uma família vai desenvolvendo reações e sentimentos cada vez mais humanos, como se apaixonar. A ponto de querer ser cada vez mais parecido com o ser humano.

Se por um lado essas tecnologias podem nos levar para um futuro Hall, ainda temos a esperança de que ela possa ser cada vez mais humana a nosso favor.Quer saber outras novidades na indústria tech? Convidamos você a conhecer um pouco mais sobre o termo industry cloud platforms.