Domain-Driven Design (DDD) é uma abordagem poderosa e estruturada para o desenvolvimento de software, focada em entender e modelar o domínio do problema em que o sistema de software opera. Mas por que essa prática é tão significativa para os negócios?
A abordagem fornece um conjunto de princípios, padrões e práticas que ajudam os desenvolvedores a capturar e expressar efetivamente os conceitos de negócios em seus designs de software, garantindo que as soluções sejam tecnicamente sólidas, flexíveis, testáveis e mutáveis.
Se você quer hoje mesmo começar a entender sobre esse universo do Domain-Driven Design continue aqui conosco neste guia sobre o tema, onde vamos abordar todos os aspectos relevantes desta prática desde os elementos básicos, passando pelos benefícios do DDD e como implementá-lo. Confira!
O que é Domain-Driven Design?
Domain-Driven Design (DDD) é uma abordagem para desenvolvimento de software que se concentra em entender e modelar o domínio do problema em que o sistema de software opera.
Em outras palavras, a abordagem se concentra na raiz das dores e operações do segmento ou área no qual o software foi construído. Por exemplo, em um sistema bancário, o domínio inclui conceitos como contas, transações, clientes e regulamentações relacionadas a operações bancárias.
Essa mudança de paradigma promove uma colaboração sinérgica entre especialistas técnicos e de negócios, fomentando um ambiente dinâmico onde um modelo conceitual compartilhado é progressivamente aprimorado. Esse modelo reflete as complexidades do negócio, facilitando uma compreensão e envolvimento mais profundos com seus desafios.
Esse processo colaborativo não é apenas sobre execução técnica, mas também envolve um mergulho profundo no núcleo do domínio, garantindo que o software atenda às especificações técnicas e resolva problemas de domínio do mundo real.
Portanto, o Domain-driven design é uma abordagem fundamental para o desenvolvimento de software adaptada para abordar requisitos complexos, vinculando a implementação de software a um modelo em constante evolução. Ideal para um mundo BANI, frágil, ansioso, não linear e incompreensível.
Quais são os princípios e elementos do DDD?
Para que essa mágica descrita acima aconteça o design de software centrado na raiz dos negócios é baseado em vários conceitos-chave:
- Colaboração com especialistas do domínio: a colaboração entre desenvolvedores e especialistas do negócio [ou clientes-chave] é essencial para desenvolver um entendimento profundo e compartilhado dos problemas que o software tende a resolver. Essa colaboração facilita a criação de um modelo que captura as complexidades e nuances do negócio;
- Modelo de domínio: um modelo conceitual compartilhado que evolui continuamente, refletindo as complexidades do domínio. Esse modelo serve como base para o design e implementação do software, garantindo que ele atenda às necessidades do domínio de maneira precisa e eficaz;
- Prioridade ao domínio sobre a tecnologia: O DDD prioriza a compreensão e a modelagem do negócio sobre as tecnologias escolhidas para o desenvolvimento. Isso significa que o design do software é guiado pelas necessidades do negócio em vez de ser restrito por considerações técnicas;
- Linguagem ubíqua: O DDD incentiva a comunicação entre especialistas técnicos e de negócio usando uma linguagem comum, chamada de “Linguagem Ubíqua”. Esta linguagem facilita a comunicação eficiente e o trabalho em equipe, sendo utilizada em todo o processo de design, documentação e vocabulário de código;
- Contextos limitados: Para gerenciar a complexidade de negócios, o DDD sugere a criação de contextos menores e bem definidos dentro de sistemas de software maiores. Esses contextos limitados possuem fronteiras claras e encapsulam modelos de domínio específicos, permitindo que componentes do sistema se desenvolvam de forma independente, enquanto mantêm um modelo consistente dentro de cada contexto;
- Eventos de domínio: um evento de domínio é um objeto que representa algo significativo que aconteceu no negócio, como um cliente que fez um pedido ou um produto que foi enviado. Eventos de domínio possuem um nome, um registro de data e hora, e dados relevantes. Eles são fatos imutáveis que podem ser publicados em um corretor de mensagens ou armazenamento de eventos, onde outros serviços ou aplicativos podem consumi-los;
- Entidades: são objetos com uma identidade que persiste ao longo do tempo e possuem um identificador exclusivo, como o número da conta de um cliente. Embora identificadores de entidade possam ser compartilhados entre limites de contexto, as entidades em si não precisam ser idênticas em todos os contextos. Cada contexto pode ter uma versão própria de uma determinada entidade;
- Objetos de valor: objetos de valor são blocos de construção do DDD que representam conceitos imutáveis e autocontidos sem identidade própria, definidos por seus atributos. Exemplos incluem dinheiro, data ou endereço;
Por que devo começar a usar a abordagem DDD?
Agora que você já conhece os conceitos e princípios do Domain-Driven Design, que tal olhar as vantagens que essa abordagem proporciona?
O DDD pode melhorar a qualidade, a relevância e a sustentabilidade do software, ajudando as equipes de desenvolvimento a criar soluções eficazes que atendem às necessidades do negócio. Vejamos esses e outros benefícios de forma mais detalhada a seguir:
Comunicação aprimorada
A abordagem facilita a criação de uma linguagem comum entre a equipe de desenvolvimento e as partes interessadas do negócio, promovendo comunicação eficiente e colaboração. Isso ajuda a equipe de desenvolvimento a entender melhor os requisitos do negócio e a desenvolver software que atenda a esses requisitos.
Melhor compreensão do negócio
O foco do Domain-Driven Design em entender as nuances do negócio e seus conceitos subjacentes permite que a equipe de desenvolvimento crie software que se alinhem com as necessidades das partes interessadas do negócio, garantindo que os requisitos sejam atendidos de forma eficaz.
Design modular
O DDD enfatiza a criação de software modular, o que torna o software mais flexível e escalável. A divisão do software em módulos menores facilita a modificação, extensão e adição de novos recursos conforme os requisitos do negócio evoluem.
Flexibilidade
A abordagem DDD facilita a adaptação às mudanças nos requisitos de negócios, permitindo que a equipe de desenvolvimento responda rapidamente às novas necessidades. Isso ajuda a manter o software atualizado e relevante, essencial para o sucesso a longo prazo.
Alinhamento entre negócios e desenvolvimento
O uso de uma linguagem comum melhora a comunicação e o entendimento entre desenvolvedores e a equipe de negócios, reduzindo o risco de confusão e mal-entendidos.
Facilidade de rastreabilidade
A melhor comunicação e um conjunto comum de terminologia facilitam o rastreamento da implementação dos requisitos, garantindo que todos estejam na mesma página.
Melhor equilíbrio de aplicativos
O DDD assegura que o software atende às necessidades e expectativas dos usuários, equilibrando a ênfase na UX/UI com os requisitos do domínio. Isso resulta em um programa que não só é atraente, mas também funcional e útil para os usuários finais.
Dicas de como implementar o DDD na sua empresa
Gostou de tudo que leu sobre a abordagem Domain-Driven Design até agora. Quer começar já este movimento na sua organização?
Separamos, portanto, a seguir algumas dicas práticas de como você pode adotar o DDD de forma eficaz, melhorando a comunicação, compreensão do negócio e qualidade do software. Confira!
Comece Pequeno
Inicie aplicando os princípios do DDD em uma parte específica do seu aplicativo, em vez de tentar implementar em todo o sistema de uma só vez. Isso permitirá que você se familiarize com o DDD e pratique sua aplicação em um contexto controlado.
Aprenda e melhore continuamente
Após começar pequeno, utilize o que aprendeu para expandir gradualmente seu escopo. O processo de implementação da abordagem DDD não será linear, e você encontrará obstáculos e desafios que exigirão iteração e aprendizado contínuo.
Entenda as dores do negócio
Entenda as principais questões pontuadas pelos especialistas de negócio, usuários e clientes para entender o domínio em que você está trabalhando, incluindo as necessidades e objetivos de negócios. Use uma linguagem comum, a “linguagem ubíqua”, para comunicar e documentar conceitos e termos de domínio, evitando ambiguidade e confusão.
Defina os contextos
Identifique e defina os contextos do domínio, que são limites lógicos que separam subdomínios ou funcionalidades específicas do resto do sistema. Cada contexto limitado deve ter seu próprio modelo de domínio, linguagem ubíqua e detalhes de implementação. Isso ajuda a isolar e desacoplar diferentes partes do sistema, evitando a mistura de conceitos e lógica entre elas.
Projete os Agregados
Crie agregados que são clusters de objetos de domínio relacionados que formam uma unidade de consistência e integridade. Cada agregado deve ter uma entidade raiz, que serve como único ponto de acesso e manipulação para o agregado, e um conjunto de invariantes, que são regras e restrições que devem ser mantidas dentro do agregado. Isso encapsula e protege o estado e comportamento dos objetos de domínio e impõe as regras de negócios e lógica do domínio.
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