Resolução de problemas: Como desenvolver essa skill

Quem nunca enfrentou um problema dentro da empresa que levante a mão. Em um mundo volátil, incerto, complexo e ambíguo, nada é certo a não ser os desafios, as resoluções de problemas, que se impõem dentro e fora de uma organização. Desafios que, se não bem cuidados ou enfrentados, podem gerar grandes problemas.

Ainda mais na área de desenvolvimento de software, uma vez que estamos no meio do furacão de (r)evolução tecnológica que varre o mundo, trazendo oportunidades ao lado de desafios e… sim! Problemas a serem resolvidos.

É o cliente que acredita que uma SLA não foi cumprida. Ou que o projeto deixou de contemplar um aspecto da área de vendas dele. Ou a comunicação entre os departamentos da empresa desenvolvedora não foi tão eficiente, deixando passar informações importantes para a elaboração de um serviço.

Pode ser que o problema esteja no desenvolvimento de novos softwares ou na implantação de uma metodologia, para ficar em nossa área. Em todos os momentos, as lideranças tech são incitadas à resolução de problemas. Como lidar com isso? É possível desenvolver técnicas de inteligência emocional? Há metodologias que auxiliam nessa questão.

Fique aqui conosco neste artigo que todas essas e outras perguntas relevantes ao tema serão respondidas!  

A resolução de problemas é uma competência do futuro?

Problemas existem aos montes. Mas quem tem as habilidades para apagar esses incêndios são poucos.

Tanto que uma pesquisa (Skills 4.0) do Centro de Inovação Sesi Longevidade e Produtividade coloca esse perfil como um dos mais desejados e preparados para o novo mercado de trabalho.

Ter essa habilidade é estar ligado no futuro, pois, segundo o Fórum Econômico Mundial, essa é uma das principais competências do futuro que já bate a nossa porta.

Mas para ser um bom resolvedor de problemas é preciso apenas ter essa soft skill? Não, mas sem ela nada feito.

Isso porque lidar com problemas pressupõe também lidar com pessoas, além de ter competências técnicas para elaborar um plano e colocá-lo em ação. Mas veremos isso um pouco mais adiante.

O que é a resolução de problemas?

“Não venha com a problemática que eu dou a solucionática.” Provavelmente, você não deve ter ouvido essa frase. Muito menos quem é o autor.

Ele é Dadá Maravilha, um ex-jogador de futebol, que até jogou pela seleção brasileira na Copa de 1970. Ele sempre se vangloriou de resolver o jogo. Era o homem da solução.

Mas solucionar um problema pode não ser algo possível em uma empresa. Em uma partida, pode servir como garantir a vitória. Numa organização, é mais comum resolver.

Isso porque resolver não significa acabar de vez com algo, mas diminuir suas causas e efeitos, para que a aparição de um problema seja como a realização de uma copa do mundo: com intervalos de quatro anos entre cada uma.

Além do mais, problemas vão e vêm no mundo corporativo.

Assim, a resolução de problemas envolve um esforço das pessoas, que podem usar a tecnologia ou não, no sentido de perceber de analisar uma situação negativa, elencar suas possíveis causas, entender seus efeitos e buscar meios e caminhos para diminuir suas consequências e evitar que se repita.

É algo simples? Não. Mas há algumas estratégias para isso, como veremos mais adiante.

 

Como desenvolver essa habilidade?

Ser um “resolvedor” significa ter algumas competências ou habilidades essenciais.

Por exemplo: é preciso ter calma. Mas não passividade. A pessoa que busca resolver um problema precisa ter a calma de quem conhece.

E esse autoconhecimento significa entender suas emoções e, sobretudo, como se reage a determinadas situações.

Não é ficar tocando violino enquanto o Titanic afunda, muito menos correr para a sala de máquinas imaginando que com uma massa plástica será possível fechar o buraco na embarcação.

Autoconhecimento também é saber qual sua parte na questão. Seja no problema, como parte da causa, do efeito ou da solução.

Isso demanda muita maturidade do profissional e abre caminho para outras competências que um bom “resolvedor” de problemas deve ter.

Saber ouvir a si mesmo ajuda a ouvir melhor os outros. Saber quais são seus limites dá uma nova luz sobre a humildade, que não é se rebaixar diante dos demais. Mas saber que somos iguais, cada um com suas experiências.

A autorreflexão e o autoconhecimento abrem as portas para a humildade que enseja a escuta ativa. Não é tão somente olhar para uma pessoa, com um problema em sua área, e deixá-la falar por horas, num entra e sai pelos ouvidos.

É se dedicar a entender o que ela quer, sente e precisa. É estar na pele dela, ou nos sapatos, de acordo com a expressão em inglês. E o que isso significa?

Sim, o “resolvedor” tem empatia!

Mais habilidades

Ter autoconhecimento, saber fazer uma autorreflexão, ter uma boa comunicação interpessoal (e relação interpessoal também), ter empatia. E o que mais?

Um bom “resolvedor” também tem de ter:

·       uma visão analítica para entender melhor o problema e ser capaz de dividi-lo em problemas menores para elaborar um plano mais factível;

·       senso crítico para melhor julgar as opções e interpretar dados;

·       ter resiliência para não se deixar “quebrar” a cada problema;

·       ter flexibilidade e adaptabilidade;

·       e ter coragem para ser claro e transparente, para dizer o que tem de ser dito (mas da melhor maneira possível).

 

Métodos para resolver problemas

Ter as competências e não as aplicar é como ter um feriado em pleno domingo ou no seu dia de folga. Não contribui em nada.

Para o melhor aproveitamento delas vale usar algumas estratégias ou métodos.

Cada empresa é única. Cada uma tem os seus problemas. Cada caso é um caso.

Não é possível usar uma mesma fórmula para tudo. Não existe uma panaceia corporativa. No entanto, temos o Diagrama de Pareto, o Design Thinking e as reuniões de Brainstorm que ajudam muito e muitas empresas.

Mas antes, que tal um roteiro simples e bem funcional para ajudar?

É preciso saber que o problema existe

Não finja que não é nada ou que é algo trivial, que passa ou que pode ser jogado para debaixo do tapete. Deixe todos cientes da existência dele. Ao menos todos os que devem se envolver com ele.

Encare o problema de frente

Qual é o problema? O que é preciso ser resolvido? O que merece atenção? Quais são as consequências mais sentidas? Quais as possíveis causas?

Pesquise como resolver o problema

Vá atrás de dados ou informações que ajudem a entender melhor o que se passa. Ouça as pessoas de forma ativa. Nessas conversas você pode perceber que o problema pode ser outro ou que a solução está bem mais fácil do que se imagina.

Trace um plano

Informações coletadas, avaliadas, insights anotados. O que tem de ser atacado primeiro? Quem vai agir, quando e como? Como perceber que o plano está dando resultados? Quais indicadores?

Mãos à obra: tire do papel

De nada ouvir as pessoas e não colocar algo em prática, ainda mais em relação às contribuições delas. As conversas criam expectativas que acabam com a ação em curso.

Encontrando a resolução de problemas coletivamente

Dentre os métodos conhecidos que ajudam a resolver um problema temos o Brainstorm, popularmente conhecido com “chuva de cérebros”. Trata-se de uma forma colaborativa para encontrar uma definição melhor do que é o problema e as possíveis soluções.

Aqui, mais uma vez, deve ser ressaltado o aspecto cultural: de nada adianta colocar as pessoas em uma sala para gerarem ideias se elas não forem de fato ouvidas ou se não se sentirem confortáveis e seguras para contribuir.

Muito conhecido e que também dá a abertura para a contribuição de ideias é o Design Thinking. Ele apareceu em meados da primeira década dos anos 2008, tendo Tim Brown como principal idealizador e divulgador.

Esse método levanta insights e permite agrupá-los por temas e por quantidade de ideias parecidas. Isso ajuda a trilhar caminhos que possam ser mais seguros para a resolução de um problema.

E temos o Diagrama de Pareto. Sim, é aquela clássica relação 80-20. Ou seja, 20% das causas provocam 80% dos problemas de uma empresa.

Para usar essa tática, também se agrupam as causas para gerar essa relação ou paridade.

Seja qual for o método, uma coisa é necessária: não tenha medo de enfrentar o problema.

Usando algumas das dicas deste texto, esperamos que você possa se dedicar mais a resolução de problemas de sua empresa. Vá praticando:

·       Faça testes de lógica e raciocínio lógico;

·       Procure sempre outro ponto de vista sobre um assunto;

·       Converse e conviva mais com pessoas de culturas diferentes;

·       Não tenha medo de errar;

·       Imagine outras soluções para questões do dia a dia (seu e da empresa).

Enfim, não fique parado.

São os problemas e a busca por resolvê-los que irão ajudar você e a sua empresa a atingirem um grau de maturidade que pode ser o grande diferencial no mercado.