Cost management para lideranças tech: como otimizar sua operação sem comprometer o desempenho

O mercado está mudando rapidamente, se entre os anos de 2020 e 2022, percebemos uma injeção de recursos na área de TI das organizações devido a transformação digital, hoje o ritmo desse aporte já não é tão acentuado, mas ainda é representativo. Os gastos mundiais com TI devem totalizar US$ 5,26 trilhões em 2024, um aumento de 7,5% em relação a 2023, segundo expectativas divulgadas pela consultoria Gartner. Essa oscilação traz à tona a necessidade de uma abordagem abrangente e colaborativa para enfrentar os desafios do tech cost management ou gerenciamento de custos em TI. 

Em um ambiente onde a eficiência financeira é crucial, os líderes de TI precisam navegar por questões como a precisão na previsão de custos, a definição de escopo em projetos e a escassez de talento técnico. Entender esses desafios é o primeiro passo para garantir que a tecnologia não apenas contribua para a redução de custos, mas também impulsione a inovação e o crescimento sustentável.  

Ao longo deste artigo vamos ver como vencer os principais desafios conectados à temática, bem como conhecer algumas ferramentas de gestão tech para alinhar o custo ao valor da área. Confira! 

Desafios atuais de cost management em TI

Diante dessa gangorra de perspectivas, ora para mais, ora para menos, os desafios atuais de gerenciamento de custos em TI são variados e exigem uma abordagem 360° graus com muito diálogo entre os stakeholders de projetos, para serem resolvidos. Quer ver só um exemplo? 

Um dos principais problemas na área tech é a dificuldade em prever os custos com precisão. Muitas vezes, há subestimação ou superestimação do orçamento, o que pode resultar em gastos que fogem do planejado. Isso está diretamente relacionado à definição imprecisa do escopo dos projetos. Além disso, as mudanças de planos ou prioridades ao longo do processo podem representar outro grande desafio. É comum que necessidades adicionais surjam durante a execução, e isso pode demandar recursos não previstos inicialmente, exigindo ajustes no orçamento. 

Para além dos requisitos de projeto, um dos maiores obstáculos de TI está relacionado ao talento técnico. A crescente demanda por especialistas em áreas como arquitetura de nuvem, segurança e DevOps, por exemplo, força as organizações a investir em contratações ou requalificação de suas equipes, o que impacta diretamente nos custos operacionais.

Por fim, a colaboração entre diferentes departamentos da organização é essencial para garantir que as iniciativas de TI estejam alinhadas com as metas gerais. No entanto, essa integração nem sempre é fácil e pode impactar os custos operacionais. 

Práticas recomendadas para gestão eficiente de custos

Esses desafios abordados no tópico anterior refletem a pressão crescente sobre os líderes de TI para não só reduzir custos, mas também impulsionar a transformação digital e aumentar as receitas, tudo dentro de um ambiente corporativo em constante mudança. Para segurar todos esses pratos, sem deixá-los cair, sugerimos algumas práticas que vão te ajudar a manter uma gestão de custos mais eficientes: 

Automatize processos

Uma das maneiras mais eficazes de otimizar as operações é automatizar tarefas e processos repetitivos. A automação não só economiza tempo, mas também reduz o risco de erro humano, levando a uma precisão e consistência aprimoradas. Ferramentas como automação de processos robóticos (RPA) e inteligência artificial (IA) podem ajudar a automatizar várias tarefas, desde a entrada de dados até o atendimento ao cliente.

Otimize a alocação de recursos

A alocação eficiente de recursos é crucial para minimizar o desperdício e reduzir custos. Realize uma análise completa de seus recursos atuais, incluindo equipe, equipamentos e materiais, para identificar áreas onde os recursos estão sendo subutilizados ou usados ​​em excesso. 

Minimize o desperdício

A redução de desperdício é um componente essencial das práticas enxutas, que visam minimizar atividades sem valor agregado e otimizar a eficiência. Identifique áreas onde o desperdício está ocorrendo, como superprodução, tempos de espera ou movimentação desnecessária, e desenvolva estratégias para eliminar ou reduzir o desperdício. Isso pode incluir a implementação do gerenciamento de estoque just-in-time (JIT) e otimização de layouts para minimizar a movimentação.

Renegocie contratos

Revise e renegocie regularmente contratos com fornecedores, vendedores e prestadores de serviços para garantir que você esteja obtendo o melhor valor pelo seu dinheiro. Procure oportunidades para consolidar contratos, negociar melhores termos ou encontrar fornecedores alternativos que ofereçam preços competitivos sem comprometer a qualidade. 

Treine e capacite a equipe

Investir em treinamento e desenvolvimento de funcionários pode levar a melhorias significativas na eficiência operacional. Forneça à sua equipe as habilidades e o conhecimento necessários para desempenhar suas funções de forma eficaz e capacite-os a tomar decisões e contribuir com ideias para melhorias de processos. 

De acordo com um estudo publicado pela Forbes, as empresas que investem em programas de treinamento abrangentes têm uma renda 218% maior por funcionário do que aquelas que não o fazem.

Analisar e abordar a dívida técnica

A dívida técnica, causada por soluções temporárias que priorizam a velocidade em detrimento da qualidade, pode resultar em sistemas legados caros de manter e ineficientes. Identificar, classificar e priorizar a redução dessa dívida técnica pode liberar recursos significativos e permitir a reinvestimento em inovações tecnológicas.

Implementar práticas Agile 

O Agile promove a entrega incremental de valor, ao invés de trabalhar em projetos longos. Com ciclos curtos de desenvolvimento (geralmente chamados de sprints), as equipes podem lançar pequenas partes do produto, testar, receber feedback e ajustar o que for necessário. Isso reduz o desperdício ao evitar o trabalho em funcionalidades desnecessárias ou não priorizadas, e garante que os recursos estejam sendo alocados para as áreas que trazem maior retorno.

Ao adotar essas práticas, as organizações de TI podem não apenas gerenciar melhor seus custos, mas também criar uma base sólida para inovações futuras.

Alinhando custo e valor: como avaliar esses dois temas

Para alinhar custos e valor em TI e garantir que a inovação não seja prejudicada, uma abordagem fundamental é utilizar o benchmarking de custos. Essa técnica permite que os líderes de TI comparem seus gastos com os de pares relevantes, tanto dentro quanto fora de seu setor. O objetivo é identificar discrepâncias nos gastos e ajustar o orçamento de forma a maximizar o valor gerado, sem comprometer a capacidade de inovação.

Outro ponto importante é a integração da TI em todos os níveis da organização durante as iniciativas de redução de custos. Ao trabalhar em colaboração com as áreas de negócios e analisar dados financeiros e operacionais, a equipe de TI pode ajudar a identificar desafios e implementar soluções que não só reduzam custos, mas também melhorem o desempenho geral da empresa. 

Por exemplo, ao otimizar o gerenciamento financeiro das operações de nuvem (FinOps), a organização pode reduzir significativamente os custos operacionais sem comprometer o desenvolvimento de novas soluções tecnológicas.

Como observado ao longo deste artigo, a liderança tech tem um papel essencial em criar uma cultura de eficiência financeira em TI, sem comprometer a inovação. O CTO deve equilibrar controle de custos com o alinhamento da tecnologia ao crescimento do negócio. Ao promover uma colaboração eficaz com outras áreas, o líder tech assegura que a TI gere valor e apoie o crescimento sustentável da organização.

Se você está comprometido em entregar esse tipo de valor para sua empresa, um dos aspectos abordados para manter seus custos em dia foi a estratégia FinOps. Se você quer se aprofundar nesse tema, recomendamos a leitura de um e-book exclusivo da Maitha sobre o assunto.